quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Salto Alto e Hérnia de Disco - Uma relação íntima


O uso do salto alto e hérnia de disco

Em nome da vaidade, muitas mulheres não abrem mão do salto alto, e acabam pagando um alto preço por isso. A postura exigida para "manter-se no salto" pode levar a problemas na coluna como a hérnia de disco, segundo o fisioterapeuta Marcus Mazzuia. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que a hérnia de disco atinge cerca de 5,4 milhões de pessoas no Brasil.

O especialista destaca que o uso do salto alto exige mudanças posturais ao pisar. Os pés ficam em posição de flexão plantar (ponta do pé), e, com a mudança do eixo de gravidade mais anteriorizado, a base de apoio diminui na região do calcanhar, centralizando a sustentação do peso na região dos dedos dos pés. "O salto alto é um veneno para a coluna feminina, pois provoca mudanças na angulação do cérvix do fêmur, que tende a pressionar a cartilagem do acetábulo e, com o tempo, desgastá-la causando deformidades, descontrole postural e mudanças na marcha", explica o fisioterapeuta.

Tratamento

Muitas mulheres acometidas pela doença têm dúvidas em relação ao melhor tipo de tratamento. Embora diversos estudos apontem a abordagem convencional - com fisioterapia, medicamentos e exercícios - como um dos melhores para o tratamento da hérnia de disco, indicando as cirurgias para apenas 5% dos casos, muitos profissionais da saúde têm indicado cirurgia na maioria das vezes.
Um estudo publicado na revista Archives of Physical Medicine and Rehabilitation avaliou 581 pacientes e os dividiu em três grupos: pacientes que foram recomendados para cirurgia (62); pacientes que foram recomendados para cirurgia, desde que os sintomas persistissem (74); e pacientes com lesões estruturais sugestivas de cirurgia (445). Após um ano de um programa de exercícios, a cirurgia foi evitada em 92 % dos pacientes do primeiro grupo, em 83% no segundo grupo e em 93 % no terceiro.
De acordo com o especialista, "o resultado do estudo citado é um indicativo importante para o investimento em tratamentos tradicionais e continuados". "Claro que isso só é possível se houver o comprometimento do paciente na manutenção do tratamento, ou seja, fazer exercícios como musculação, RPG e Pilates. E, no caso das mulheres, evitar o uso contínuo do salto alto", destacou.


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