quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Diferença entre ser Chefe e Líder



A diferença entre Chefe e Líder

Liderar pessoas não é uma tarefa fácil, o exercício da liderança requer do líder autocontrole e senso de justiça para enfrentar situações ou dificuldades que virão.
O líder precisa ter a capacidade de amar as pessoas, analisar as situações com uma visão humanizada, respeitar as limitações de seus liderados e ter o desejo de contribuir com o crescimento dos mesmos.
Alguns lideres confundem seus papéis e ao invés de formarem pessoas querem simplesmente dar ordens a elas tornando-se chefe e não líder.
O chefe não se empenha em ajudar os seus liderados, sua principal meta é dar ordens para que o trabalho seja realizado, geralmente fazem questão de deixar bem claro para todos quem é que manda.
O chefe não ajuda no crescimento dos seus liderados, pois temem que esses cresçam mais do que ele e que possam tomar sua posição de liderança. O Chefe geralmente não compartilha suas descobertas e conhecimentos adquiridos, é egoísta e procura o seu próprio reconhecimento e não o da sua equipe.
O chefe enxerga o hoje o líder enxerga o amanhã, a visão do chefe é limitada a visão do líder é muito mais ampla o líder lança a semente e aguarda pacientemente a hora da colheita.
O líder ao contrário do chefe trabalha o presente preparando o futuro, tem como meta ajudar os liderados a se tornarem líderes ou a realizarem seus objetivos. O líder eficaz é aquele que passa despercebido aos olhos da sua equipe ou instituição, ele consegue desenvolver tão bem seus liderados que em sua ausência as tarefas continuam sendo realizadas conforme o programado.
Liderar é formar pessoas, torná-las aptas para a realização dos objetivos, o líder genuíno é aquele que inspira e ajuda as pessoas.
O líder excelente compartilha tudo o que sabe com os seus liderados, não teme ser substituído, esse líder está sempre disposto a ensinar, motivar e acompanhar. O sucesso do líder é visto no crescimento de seus liderados, o líder não é mesquinho, dominador e deve fugir do egoísmo.

Governo suspende venda de 301 planos de saúde de 38 operadoras no Brasil



A partir da próxima sexta-feira (5), o governo vai suspender a comercialização de 301 planos de saúde de 38 operadoras do país por três meses. A ação faz parte das novas medidas divulgadas pelo Ministério da Saúde e pela ANS (Agência Nacional de Saúde) para aprimorar o sistema de comercialização e fiscalização sobre os planos de saúde. O grupo de operadoras é responsável pelo atendimento de 7,6% dos usuários cadastrados no Brasil (cerca de 3,6 milhões de brasileiros).
Na última intervenção, feita em julho passado, 37 operadoras estavam na lista de sanções, sendo que oito delas conseguiram melhorar o atendimento no período e foram reativadas pelo governo - e outras nove empresas foram incluídas só agora, que são: Amesc (Associação Médica Espírita Cristã), Mayer Sistemas de Saúde LTDA, Promédica (Proteção Médica a Empresas S/A); Santa Helena Assistência Médica S/A, Semeg Saúde LTDA, Tuiuiu Administradores de Plano de Saúde LTDA, Unimed Salvador – Cooperativa de Trabalho Médico, Unimed São Gonçalo/Niterói – Sociedade Cooperativa de Serviço Médico e Hospitalar LTDA e  Viver Sis – Sistema Integrado de Saúde LTDA. Segundo o ministro Alexandre Padilha, os beneficiários que já estão inscritos nesses planos suspensos continuam com "seus direitos preservados", ou seja, os atendimentos e os procedimentos serão mantidos. Um dos objetivos da medida, diz ele, é dar condições às operadoras para atender melhor os atuais clientes antes que vendam novos produtos para mais brasileiros.
Isso significa que, da atual lista de 38 empresas bloqueadas, 29 são reincidentes no ciclo de suspensão (veja tabela completa no fim do texto), impedindo a comercialização de 221 planos desde julho de 2012. A intervenção  dos 301 planos se deu com base na avaliação feita no período entre 19/06/12 a 18/09/12.

PRAZO DE ATENDIMENTO DEFINIDOS PELA ANS

Situações de urgência e emergênciaAtendimento imediato
Consultas com pediatras, clínicos, ginecologistas, obstetras e cirurgiões geraisAtendimento em até 7 dias úteis
Consultas com fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e fisioterapeutasAtendimento em até 10 dias
Consultas nas demais especialidadesAtendimento em até 14 dias
As empresas reincidentes encaixaram-se nos critérios estabelecidos pela ANS para a suspensão dos produtos, pelo não cumprimento da Resolução Normativa nº 259, que determina prazos máximos de atendimento para consultas, exames e cirurgias.
As reclamações sobre garantia de atendimento saltaram de 2.900 para 10,1 mil desde a última intervenção em julho, afirma Ceschin. Esses protocolos de reclamação dos usuários são determinantes para o governo fiscalizar as operadoras e seus planos.
Das 1.006 operadoras médico-hospitalares existentes, 241 receberam pelo menos uma queixa. Destas, 38 se encaixam na maior faixa (nota 4) nos últimos dois períodos de avaliação, ou seja, com indicador de reclamações 75% acima da mediana, considerando o porte e o tipo de atenção prestada.

Planos reativados


Das 37 operadoras que tiveram planos com comercialização suspensa em julho/2012, oito já podem voltar a comercializar os seus produtos, já que conseguiram readequar o acesso dos beneficiários à rede contratada. Dos planos suspensos em julho, 45 voltaram a ser comercializados.

O consumidor que pretende contratar um plano de saúde poderá verificar se o registro deste produto corresponde a um plano com comercialização suspensa pela ANS. Esta informação pode ser acessada no portal da Agência em: www.ans.gov.br, Planos de Saúde e Operadoras, Contratação e troca de plano.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Refluxo gastro-esofágico



Refluxo gastro-esofágico

Quem tem doença do refluxo, nem sempre trata da maneira mais adequada, muitas vezes se automedica e acaba por disfarçar problemas mais sérios. De acordo com o Dr. Vladimir Schraibman (CRM-SP 97304), gastroenterologista e cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, é fundamental combater a doença logo em seu estágio inicial para evitar complicações, como um câncer de estômago, por exemplo. Ele acaba de voltar do Congresso World Robotic Symposium, em Orlando, Estados Unidos, onde deu uma aula sobre os benefícios da cirurgia robótica em casos refluxo acentuado.

O refluxo é um termo usado para descrever uma doença chamada de refluxo gastro-esofágico (DRGE), que é o retorno dos alimentos e líquidos ácidos do estômago para o esôfago. Trata-se de um dos problemas mais comuns na sociedade. Causada pela exposição crônica da mucosa do esôfago ao conteúdo ácido do estômago, o refluxo leva o paciente a quadros de queimação, azia, inflamação do esôfago até lesões mais graves.

A mais comum é a esofagite, uma inflamação do esôfago. Quando o refluxo não é tratado, ocorrem úlceras e esôfago de Barrett, uma transformação do tecido que reveste o órgão, e já é uma situação prémaligna e pode, sem o tratamento adequado, progredir para o câncer.

Ao lado da alimentação, uma das grandes causas da doença é o excesso de peso porque acarreta em um enfraquecimento da válvula que impede o refluxo. Mas além da obesidade, outros eventos que aumentam a pressão intra-abdominal podem causar esse distúrbio, como a gravidez, ascite (acúmulo de líquido dentro do abdômen, conhecido por barriga d’água), pessoas muito obstipadas e que têm de fazer muita força para evacuar; hérnia de hiato e alterações motoras do esôfago ou do esfíncter gastresofágico.

Atualmente, 12% da população brasileira sofrem de DRGE, o que corresponde a aproximadamente 4,5 milhões de brasileiros. As que mais sofrem são as mulheres, porém não se observam diferenças de perfil quanto à classe social, idade e nível de instrução entre os quem têm propensão e a população em geral.

Segundo o Dr. Schraibman, na maioria dos pacientes, o refluxo ocorre de forma espontânea pelo relaxamento transitório do Esfíncter Esofágico Inferior. A lesão da mucosa esofágica está relacionada com a qualidade, a quantidade e freqüência do refluxo. Um fluido ácido gástrico com pH menor do que 3,9 é extremamente cáustico para a mucosa esofágica, sendo o principal agente lesivo na maioria dos casos. Em alguns pacientes, os refluxos de secreções biliares e pancreáticas podem contribuir na lesão.

Principais sintomas e prevenção

O refluxo gástrico-esofágico começa com aquela sensação de queimação na “boca” do estômago atrás do osso do peito. Já as pessoas com estenose - um estreitamento do esôfago - podem sentir muita dificuldade para engolir líquidos e todos os tipos de alimentos. São vários os sintomas associados ao refluxo: tosse, pigarro, falta de ar e engasgos noturnos.

Outro sintoma apontado pelo especialista é a azia. “Ela é reflexo da irritação da mucosa do esôfago, devido ao aumento da salivação para tentar aliviar a queimação produzida pelo refluxo, como se fosse um antiácido natural”, explica Dr. Schraibman. Para prevenir o refluxo e, conseqüentemente, a azia, são necessárias, na maioria das vezes, apenas algumas mudanças nos hábitos de vida. “Investir em uma alimentação equilibrada e fracionada a cada três horas e não ingerir grandes quantidades de uma só vez é uma boa dica. Além disso, deve-se evitar o uso de roupas apertadas, que aumentam a pressão no abdômen. Também indico a elevação da cabeceira da cama pelo menos 15 centímetros”.

Também é preciso evitar alimentos ricos em xantina, como o café, o chá-mate e o chocolate, e algumas medicações para asma com esse composto. Além disso, há necessidade de moderar o consumo de molho de tomate, catchup, mostarda, molho de soja, derivados de milho e, principalmente o cigarro, porque diminui a pressão no interior do esôfago e favorece a passagem de líquido do estômago para aquele órgão. “Pessoas que fumam muito apresentam vários sintomas da doença, que só diminuem quando elas abandonam o vício”.

Diagnóstico e Tratamentos

Só com o histórico clínico já é possível avaliar o caso. As complicações do refluxo são investigadas com uma endoscopia digestiva alta. Existem, também, outros exames, mas são seletivos, para saber o tamanho da hérnia de hiato, avaliar as pressões do esôfago e medir a qualidade e a intensidade das contrações do órgão.

O tratamento mais indicado é o chamado de dietético-postural. Segundo o Dr. Schraibman o melhor é evitar os alimentos que causam o incômodo; nunca comer e deitar – é preciso aguardar pelo menos três horas depois da refeição –, levantar a cabeceira da cama alguns centímetros; perda de peso; não se vestir com roupas apertadas e, de acordo com a prescrição médica, usar medicações que diminuem a produção de ácido pelo estômago e evitar bebidas alcoólicas e gasosas.

A correção do refluxo gastro-esofágico por meio cirúrgico é feita normalmente por laparoscopia e indicada nos casos de complicação da doença, quando o paciente já tem úlceras ou esôfago de Barrett. Também é uma solução em situações em que o paciente tem o que os especialistas chamam de intratabilidade clínica. Isso acontece quando a pessoa segue o tratamento à risca, controlando a alimentação e tomando os remédios, e não melhora ou quando a doença volta assim que o paciente pára com a medicação.


Fonte: Sentir Bem

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cãibra...e agora?


Quem já teve sabe... É uma dor paralisante, que pode durar de alguns segundos a vários minutos. Basta uma leve flexão do pé para baixo e... ai! A batata da perna contrai-se parecendo dar um nó. Eis a cãibra se manifestando, para desespero de suas vítimas. Mas o que provoca essa dor súbita? O que fazer para preveni-la? E como se comportar quando ela aparece? 

Os especialistas ainda discutem as causas dessa contração muscular violenta e involuntária. O que existe são algumas pistas importantes para entendê-la. A cãibra geralmente se manifesta na prática de uma atividade física, sobretudo se o esportista estiver, digamos, pouco condicionado — ou mal alimentado. Sim, quando os músculos carecem de condições adequadas para realizar um esforço diferente do habitual, é espasmo na certa. "Quem exagera no tempo ou na intensidade do exercício pode sofrer cãibras por falta de vitaminas e sais minerais, o que leva à fadiga muscular", explica o educador físico Renato Dutra, supervisor técnico da Run & Fun Assessoria Esportiva, em São Paulo. 


A escassez de oxigênio na circulação também contribui para esse cansaço extremo dos músculos. Quem um dia precisou ser socorrido devido a uma baita repuxada da musculatura já deve ter ouvido falar sobre um tal de ácido lático sem saber que substância é essa. A gente explica: trata-se de uma espécie de lixo orgânico que se acumula nos tecidos musculares quando as células usam a glicose para obter energia. Isso permite ao músculo continuar o esforço sem necessidade de recorrer ao oxigênio proveniente dos pulmões. Mas o excesso de ácido lático deflagra encrencas. "É como se a musculatura ficasse sem ar e com menos espaço para se mover. E isso gera fadiga", ilustra o fisioterapeuta Robert Velentzas, de São Paulo. "Por isso a respiração correta é tão importante durante o exercício."

O suor da atividade física é mais um fator que ajuda no desencadeamento de cãibras. "A perda excessiva de sódio pode levar à contração muscular", diz o fisiologista Turíbio Leite de Barros, da Universidade Federal de São Paulo. Mas o excesso de exercício, sozinho, não é suficiente para explicar o aparecimento dessas contrações famigeradas. No meio esportivo, os especialistas sabem que o xis da questão pode estar no que se bebe — na verdade, no que não se bebe. "A desidratação é decisiva para a ocorrência do problema", informa Barros. 

E quanto às cãibras noturnas? Segundo o ortopedista Moisés Cohen, chefe do Centro de Traumatologia do Esporte da Unifesp, quem faz muito esforço físico durante o dia pode ter contrações à noite. E quem não faz também — mas, nesse caso, a falta de sódio é o fator crucial. "O suor e a urina em excesso podem provocar a perda desse mineral e de outros elementos. E o organismo utiliza o sódio do músculo quando está sem reservas energéticas", explica Cohen. "Isso gera uma resposta nervosa que leva a um estresse mecânico e às contrações involuntárias." Ou seja... cãibras! 

Moisés Cohen acrescenta que diabete, problemas neurológicos e lesões vasculares podem estar por trás de um simples espasmo muscular. "São doenças capazes de favorecer o problema", informa o especialista. "A insuficiência renal e a hemodiálise também contribuem para a redução da concentração de sódio no sangue e muitas vezes levam a problemas musculares, assim como a carência de outros minerais, como cálcio, magnésio e potássio." O preparador físico Renato Dutra chama a atenção ainda para a síndrome das pernas inquietas, caracterizada por uma vontade incontrolável de mexer as pernas, principalmente durante o sono — e isso também pode disparar cãibras. 

Não existe um tratamento específico para essas contrações. O melhor a fazer é se condicionar antes de partir para atividades físicas mais exigentes, comer e beber o suficiente para suportar a carga extra do exercício e procurar respirar profunda e coordenadamente durante os treinos. Quem sua mais de uma hora por dia também precisa repor nutrientes. Nessa situação, valem géis de carboidrato e líquidos isotônicos, além de água. "A pessoa que se prepara para a atividade física suporta melhor o esforço e retarda o surgimento de cãibra", resume o educador físico Renato Dutra. Ou melhor: evita esse suplício e malha em paz.


ESPASMOS INVOLUNTÁRIOS

O que acontece com o músculo quando ocorre a cãibra:

1. A contração muscular faz parte da mecânica natural do corpo. E quem comanda tudo é o cérebro. A chamada placa motora, que fica entre o nervo e o músculo, dispara uma carga elétrica capaz de alterar o equilíbrio entre o potássio, dentro da fibra muscular, e o sódio, que fica fora dela. Essa é uma contração normal.

2. Uma das causas da cãibra é uma alimentação pobre em fontes de sódio e potássio. Nesse caso, há um desequilíbrio nos teores dos minerais e, assim, o sódio entra na fibra e o potássio sai dela. A consequência dessa troca de posições é que o músculo se contrai involuntariamente, bloqueando o relaxamento da região. É o momento da dor extrema.

3. A fadiga muscular também financia a cãibra. Ela obriga o organismo a esgotar suas reservas de energia até buscar suprimento de oxigênio com urgência. Esse processo libera grande quantidade de ácido lático, que penetra na placa motora e dificulta sua ação, criando uma situação ideal aos espasmos.


ONDE DÓI? 

A cãibra clássica acontece na batata da perna, ou panturrilha. É um grupo muscular muito exigido durante corridas, caminhadas e exercícios na água. Quem sobe escada ou fica dando pulinhos na piscina também força bastante essa região. No entanto, há outros músculos que podem ser acometidos pelos espasmos involuntários. "Além da panturrilha, só vi cãibras no abdômen", relata Renato Dutra. "Mas elas também podem atingir coxa, pés, mãos e até pescoço", informa o ortopedista Moisés Cohen, da Unifesp. Esses casos, porém, são raros.


BANANA OU LARANJA? 

O tenista brasileiro Gustavo Kuerten, o Guga, gostava de comer banana nas quadras mundo afora nos anos 1990. Dizia que era para afastar cãibras. Muita gente acredita que a fruta, rica em potássio, evita as contrações musculares involuntárias. Ledo engano. "É mito achar que só a ingestão de bananas vai preveni-las. Na verdade, a reposição do sódio que se perde no suor é mais importante do que a do potássio, que dificilmente fica em níveis muito baixos", explica o educador físico Renato Dutra. O fisiologista Turíbio Leite de Barros acrescenta: "Sob esse aspecto, a laranja, que é rica em sódio, seria mais eficaz do que a banana para prevenir cãibras".


O QUE FAZER NA HORA? 

Você já deve ter visto a cena em uma partida de futebol: o jogador faz alongamento no companheiro com cãibra. Pois saiba que esse procedimento pode provocar lesões mais sérias do que a contração. Na hora da dor, a tática mais certeira é respirar fundo, relaxar e massagear gentilmente o músculo repuxado, com movimentos sempre circulares. "Conforme a sensação dolorosa for cedendo, aí, sim, já dá para descontrair a musculatura com movimentos leves, sem forçar, no sentido inverso ao da contração, sem deixar de respirar e massagear em círculos", orienta o educador físico Renato Dutra.



PARA PREVENIR AS TRAVADAS
Não adianta só se alongar. O negócio é comer e beber bem. E, claro, se condicionar sempre.

ALIMENTAÇÃO BALANCEADA 
Coma muita fruta, verdura e legumes, que são fontes de sais minerais e vitaminas. Esses nutrientes vão ajudar o bom funcionamento do músculo na hora do esforço, além de garantir reservas de energia. 

ÁGUA E ISOTÔNICOS 
A hidratação prepara o corpo para a atividade física. Por isso beba bastante água. Para quem faz muito exercício, é preciso repor principalmente sódio e potássio, daí a importância das bebidas esportivas durante o treino. 

CONDICIONAMENTO FÍSICO 
Para aguentar o tranco, o músculo tem de estar preparado. Mas isso não ocorre do dia para a noite. É preciso acostumá-lo ao exercício durante semanas, meses… Só assim ele vai se adaptar gradualmente a um regime de força e resistência.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SARA - Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto



Em 1967, Ashbaugh e col. apud Bethlem (2000), Fizeram a primeira comunicação sobre SARA como sendo uma entidade clínica definida e descreveram as bases de seu aparecimento e terapêutica. Daí para cá, tornou-se possível a associação de diferentes formas de manifestação de patologia pulmonar, sob a mesma designação, inclusive síndrome de membrana hialina do recém-nascido, dadas as características comuns radiológicas, clínicas e anatopatologicas, que permitiram a utilização de condutas terapêuticas mais adequadas (chamada também de SARI).
Antoniazzi (1998), descreve a síndrome da angústia respiratória aguda (SARA) como um quadro de lesão pulmonar aguda, associada a um edema pulmonar, agudo, não hidrostático e hipoxemia severa, acompanhado de altas taxas de mortalidade, entre 10 e 90% (média = 50%), dependendo do fator etiológico.
A síndrome da angustia respiratória aguda (SARA), segundo Bethlem (2000), é uma forma de insuficiência respiratória aguda e progressiva, devido a edema pulmonar intersticial induzido por diversas causas diretas e indiretas, que se manifesta por taquipnéia, dispnéia, cianose, diminuição progressiva da complacência pulmonar e hipoxemia refratária constante.
Apesar de a SARA ter sido descrita há mais de trinta (30) anos, várias dúvidas ainda persistem quanto à sua definição, fisiopatologia e tratamento, em decorrência da complexidade e diversidade dos fatores envolvidos. Existem várias definições para os critérios clínicos de SARA, ainda não aceitas uniformemente. Originalmente, a maioria dessas definições incluiam três critérios clínicos básicos:
a) hipoxemia (de intensidade variável);
b) diminuição da complacência pulmonar; e
c) infiltrados pulmonares na radiografia de tórax.
Com o aumento da disponibilidade e utilização da monitorização hemodinâmica invasiva (cateter de Swan-Ganz), nas Unidades de Terapia Intensiva, a SARA foi posteriormente classificada como um edema pulmonar, não cardiogênico, caracterizada pelo aumento da permeabilidade da membrana alvéolo-capilar, com extravasamento de células e proteínas para o interstício pulmonar. No início dos anos 80, nosso conhecimento sobre SARA aumentou, quando condições clínicas, específicas, que predispõem ao desenvolvimento da síndrome, foram publicadas (FOWLER, 1983). Através desses relatos importantes, dois novos critérios foram incluídos na definição de SARA:
  • Um fator clínico de risco;
  • Pressão de enchimento ventricular esquerda, normal.
Em 1988, Murray et al. propuseram um critério de pontuação ("score") da lesão pulmonar, no sentido de avaliar, definir e quantificar melhor a injúria pulmonar. Esse "score" foi amplamente utilizado em vários estudos clínicos(13/16), e é baseado em quatro critérios,numa escala de 0 a 4. Em virtude das dificuldades em determinar-se a incidência da SARA, a heterogeinicidade das doenças de base, as suas várias definições e a não uniformidade da terapia, foi realizado, na Espanha, em 1992, "The American-EuropeanConsensus Conference on ARDS" ( BERNARD, 1994), na tentativa de clarear e uniformizar as definições de SARA e lesão pulmonar aguda (LPA). Foi decidido que o termo a ser empregado para essa patologia complexa deveria ser mesmo aquele proposto inicialmente por Ashbaugh et al. (1967), porém, em vez do termo adulto, empregou-se o termo agudo, devido ao fato de a SARA não ser só limitada a adultos, pois, naquela comunicação original, um (1) dos doze (12) pacientes relatados tinha onze (11) anos.
A SARA têm um início agudo, com duração variável no período de instalação (pode durar de dias a semanas), presença de um fator de risco conhecido, e é caracterizada, principalmente, por hipoxemia persistente, refratária à terapia com oxigênio e infiltrados radiológicos, difusos. Doenças pulmonares crônicas, como fibrose intersticial pulmonar, sarcoidose e outras, devido à sua cronicidade, estão excluídas dessa definição.

ETIOPATOGENIA

Bethlem (2000) pontua que na maioria das vezes, a SARA ocorre após traumatismos extensos, torácicos ou não, e tratamento de choque e reanimação, mas uma grande variedade de lesões, seja por via alveolar ou circulatória podem ser os agentes iniciantes:
  • Alveolar: gases e vapores irritantes como o oxigênio puro; líquidos irritantes (água doce ou salgada, ácido clorídrico);
  • Sanguínea: obstrução capilar mecânica, soluto de perfusão, partículas em suspensão;
  • Endógena: estase microcirculatória, agregação de plaquetas e leucócitos, embolia gordurosa, coagulação intravascular disseminada.
Convém ressaltar que, qualquer que seja a etiologia do SARA, sua patogenia é bastante semelhante. O Pneumócito tipo I é muito susceptível ao dano por várias substâncias inaladas, a destruição destas células, que representa cerca de 95 % da superfície alveolar, compromete gravemente a integridade da barreira alvéolo – capilar. A função surfactante esta alterada, todavia seu mecanismo ainda não está bem explicado. Pode ser síntese diminuída, destruição aumentada ou produção de um surfactante anormal.
As prostaglandina que mediadores da inflamação, metabolizadas no pulmão podem ser uma fonte de resposta amplificada. Parece que o local das lesões iniciais é ao nível do endotélio dos capilares pulmonares que deixam transudar líquido para o espaço intersticial, onde se acumula líquido sob forma de edema. As arteríolas pré-capilares sofrem uma vasoconstrição que, progressivamente, por obstrução e isquemia, produzem alterações no leito capilar, lesando seu endotélio com aumento da permeabilidade da permeabilidade vascular. Vários fatores têm sido apontados como desencadeantes desta vasoconstrição e de bloqueio capilar em presença de choque prolongado, hipóxia, toxemia ou hemólise. É possível que ao nível dos capilares pulmonares, se dê uma agregação de plaquetas que atuam como microtrombos ou que, por ruptura, liberam serotonina, potente vasoconstritor que induz a isquemia.
Ultimamente tem sido demonstrado que os neutrófilos contribuem para a SARA. Grande número de neutrófilos aparecem adjacente no epitélio lesado. Estas células podem contribuir podem contribuir para a lesão por liberação de radicais de oxigênio e elastase. A lesão induzida por elastase é mais característica após exposição prévia a oxidantes.
Recentemente foi proposta uma etiologia cerebral para a SARA. A seqüência seria a seguinte: nos quadros de choque ou condições correlatadas, pode-se instalar isquemia cerebral, a hipoxemia no hipotálamo daria como resultado espasmo vênular pulmonar, mediado pelo sistema autônomo, com congestão e hipertensão capilar, essas alterações progrediriam e por sua vez perpetuariam a hipoxemia cerebral.
Parece que a SARA é uma resposta pulmonar inespecífica a diferentes tipos de lesão por trauma direto ou indireto em outros órgãos, o que equivale dizer que a SARA é uma resposta pulmonar ao choque de qualquer natureza e uma das principais manifestações da hipóxia.
Antoniazzi (2000) relata que as anormalidades patológicas do pulmão, na SARA, originam-se da lesão grave da unidade alvéolo-capilar e que extravazamento do líquido intravascular predomina no início e, à medida que o processo evolui, o edema é substituído pela necrose celular, hiperplasia epitelial, inflamação e fibrose, caracterizando uma lesão alveolar, difusa. A SARA pode ser dividida em três fases, conforme o referido autor, sendo cada fase variável de acordo com o tempo e a evolução clínica da doença: a "fase exsudativa", de edema e hemorragia, a "fase proliferativa", de organização e reparação, e a "fase de fibrose".

1. Fase exsudativa
Estende-se, geralmente, durante a primeira semana após o início da insuficiência respiratória, e as alterações vistas na microscopia óptica são a congestão capilar, o edema alvéolo-intersticial e a hemorragia intra-alveolar. Nessa fase, há uma necrose extensa do epitélio alveolar, com perda da barreira epitelial, alveolar e livre passagem do líquido intersticial para o espaço alveolar, caracterizando, assim, o edema pulmonar não hidrostático.

2. Fase proliferativa
Esse é o estágio de organização dos exsudatos intra-alveolares e intersticiais, observados na fase aguda. Os pneumócitos do tipo II proliferam-se nos septos alveolares a partir do terceiro dia do início da SARA e a fibrose é evidenciada em torno do décimo dia. Os fibroblastos convertem o exsudato em tecido de granulação celular e, posteriormente, pela deposição de colágeno, em tecido fibroso denso. Após a lesão da unidade alvéolo-capilar, as paredes alveolares colapsam, e tornam-se vedadas pela deposição de fibrina. Anormalidades estruturais e funcionais do surfactante também contribuem para o colapso alveolar, na SARA.

3. Fase de fibrose pulmonar
Nos pacientes sob ventilação mecânica, que sobrevivem por três (3) ou quatro (4) semanas do início da SARA, o pulmão é totalmente remodelado por tecido rico em fibras de colágeno. Além do colágeno, há um aumento de elastina, fibras musculares lisas e
glicoproteínas com comprometimento de todo o sistema alvéolo-capilar, envolvido nas trocas gasosas, levando à hipoxemia grave refratária e hipertensão arterial pulmonar, responsáveis pela fase terminal da SARA. É preciso enfatizar ainda que, além das alterações citadas acima, o comprometimento da vascularização pulmonar é um aspecto crucial na SARA, que se estende desde os estágios iniciais até as fases terminais. Essas lesões incluem alterações trombóticas, fibroproliferativas e obstrutivas que, a exemplo
das lesões parenquimatosas, também se correlacionam com a fase evolutiva da lesão alveolar difusa.

QUADRO CLÍNICO

As manifestações clínicas da SARA, depende de sua etiologia, se apresentam em geral com algumas horas ou até dois dias de intervalo após a causa desencadeante. Os aspectos dominantes do SARA são: inicio dentro de 48 horas após acidente, taquipnéia seguida por dificuldade respiratória, queda da PO2 sem elevação da PCO2 e infiltrados pulmonares bilaterais. Complacência pulmonar diminuída, assim como os volumes pulmonares. Moore (1969) apud Bethlem (2000) descreveu quatro fases para caracterizar estágios de insuficiência respiratória progressiva após reanimação de traumatismos severos:
Fase I: traumatismos ressuscitação e alcalose;
Fase II: estabilização circulatória e inicio da dificuldade respiratória;
Fase III: insuficiência pulmonar progressiva;
Fase IV: hipoxemia terminal e hipercapnia com assistolia.
Embora esta classificação possa ser válida para o exemplo de uma seqüência típica, nem todos os casos de SARA se apresentam com as mesmas manifestações, que pode estar, em alguns momentos, associadas ou mesmo ausentes.
Para efeito de simplificação podem ser observadas clinicamente duas fases bastante distintas, conforme a evolução clínica do SARA.
  • Seqüencial: ocorre logo após as primeiras alterações pulmonares e se manifesta por taquipnéia e hiperventilação, hipoxemia discreta, hipocapnia e alcalose respiratória. Há taquicardia, e a pressão arterial pode estar normal ou baixa, o débito cardíaco é elevado e a resistência periférica é baixa. A temperatura cutânea é normal ou baixa. A pressão venosa central pode estar normal ou ligeiramente aumentada. Não se observa secreção brônquica. De inicio, pela ausculta, não há nada de anormal, mas progressivamente aparecem murmúrio vesicular rude e soproso.
  • Agravamento: clinicamente, a piora do quadro da SARA se observa no paciente já em tratamento, nem sempre bem orientado, até mesmo recebendo oxigênio. Aumenta a hipoxemia, e aparecem cianose e agitação. A hiperventilação com alcalose respiratória é persistente, mas progride para a hipoventilação com retenção de CO2. A dispnéia, a cianose e a respiração superficial se acentuam, o paciente de torporoso passa a não responder mais as solicitações e entra em coma. Pela ausculta, ouve-se a transmissão exagerada de ruídos hidroaéreos e de sons exteriores como os produzidos por respiração por pressão positiva intermitente (RPPI). Aparecem sibilos no final da expiração. A aspiração traqueal pode dar saída a secreção sanguinolenta, por vezes abundante.
O diagnóstico da SARA, devido às dificuldades impostas, pela simples avaliação clinica, só pode ser corretamente feito, tendo em vista a instituição de um tratamento adequado, por meios de períodos laboratoriais sofisticados como a analise dos gases sanguíneos (PO2 PCO2) e do estado ácido-básico. Outras medidas obrigatórias são a ventilometria (ventilometro de Wright) e a determinação da concentração de oxigênio inspirado (FiO2) . Os seguintes elementos são constantes no SARA:

a) Hipoxemia progressiva – deve ser avaliada pela medida da pressão de oxigênio no sangue arterial (PaO2) que se mostra sempre baixa e não melhora proporcionalmente, mesmo com a FiO2 elevada, em respiração espontânea.

b) Complacência pulmonar baixa: A diminuição da distensibilidade dos pulmões, ou seja, a queda da complacência pulmonar é nítida e guarda relação direta com a taquipnéia. A complacência pulmonar é de difícil medição no paciente que está em respiração espontânea, mas sua diminuição pode ser sentida ao se tentar insuflar os pulmões com pressão positiva, num sistema balão-máscara.

c) Radiologia: dependendo da etiologia da SARA, os sinais radiológicos pulmonares podem se apresentar já estabelecido pouco tempo depois do inicio das lesões (causas alveolares) ou de forma progressiva, dependendo da intensidade e da gravidade do quadro.
Numa fase inicial, seqüencial, podem ser observados apenas alargamento ou espessamento dos espaços peribrônquicos, mas progressivamente, irão aparecer imagens de hipotransparência sob a forma de infiltrações ou condensações difusas em ambos os campos pulmonares, que são bastantes características. A principio estes infiltrados são mais acentuados nas áreas de declive e se apresentam com forma acinosa com aspecto de flocos de algodão ou de neve, como também pode lembrar o aspecto de "vidro de chão". Estas condensações se devem ao acumulo de edema intersticial e traduzem também áreas de atelectasias, microinfartos e mesmo pequenos focos hemorrágicos.


PREVENÇÃO E TRATAMENTO

A prevenção da SARA se faz procurando uma série de complicações iatrogênicas que costumam incidir, pois a lesão ou o traumatismo determinantes ocorre antes de qualquer intervenção terapêutica. Os princípios básicos devem visar a manter a eficiência de ventilação pulmonar ou corrigir suas alterações, diminuir ou afastar a causa da lesão pulmonar e usar medidas auxiliares.
Utiliza-se a ventiloterapia, controle de líquidos, administração de diuréticos, corticóides, antibióticos, heparina (BETHLEM, 2000).
Jaeger (1999) argumenta que pacientes com SARA devem ser admitidos em Unidade de Tratamento Intensivo. No qual inclui: Ventilação mecânica com volume controlado (volume = 6 a 10 mL/kg) e alta concentração de oxigênio. A FiO2 deve ser suficiente para manter uma oxigenação adequada (PaO2 >90 mmHg ou SaO2 > 92%). Pressão positiva expiratória final pode ser utilizada (5 a 10 cm H2O), cuidadosamente devido ao risco de barotrauma.
Restrição de fluidos para diminuir PAOP e edema pulmonar. Decúbito lateral ou ventral e suporte respiratório extracorpóreo tem sido proposto em pacientes não responsivos à adequada ventilação mecânica.
Novos métodos de tratamento ainda em investigação incluem: Inalação de Óxido Nitroso, que pode ser benéfico melhorando a hipertensão pulmonar e as trocas gasosas.
N-Acetil-Cisteína EV, que poderia aumentar os surfactantes pulmonares. A utilidade dos corticosteróides não foi estabelecida.
Tratamentos adicionais cruciais para o sucesso dependem da causa subjacente da síndrome da angústia respiratória aguda. Por exemplo, antibióticos são administrados para combater uma infecção. Os pacientes que respondem normalmente ao tratamento, recuperam-se bem com pouca ou nenhuma alteração pulmonar a longo prazo. Para aqueles pacientes cujo tratamento depende de longos períodos sob respiração assistida (com o auxílio de um ventilador), a possibilidade de formação de cicatrizes pulmonares é maior. No entanto, essas cicatrizes podem melhorar alguns meses após o paciente ter deixado de utilizar o ventilador.

EVOLUÇÃO CLÍNICA E MONITORIZAÇÃO: SARA é uma síndrome grave, com taxa de mortalidade de 40 a 60%. Numerosas complicações podem ocorrer levando a falência de múltiplos órgãos. O tratamento da SARA requer monitorização rigorosa de: Gasometria arterial, Parâmetros respiratórios, Parâmetros hemodinâmicos, especialmente pressão de artéria pulmonar (cateter de Swan-Ganz), Oximetria de pulso, Raio X de tórax. Monitorização de outros parâmetros podem estar indicados conforme a causa ou na ocorrência de falência de outros órgãos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANTONIAZZI Paulo, JÚNIOR Gerson Alves Pereira, MARSON Flávio, et al. Síndrome da angústia Respiratória Aguda (SARA). 31:493, 1998. Disponível em:
http://www.fmrp.usp.br/revista/1998/vol31n4/sindrome_angustia_respiratoria_aguda.pdf. Acesso: 28 de setembro 2005.
BETHLEM, Newton. Pneumologia. 4ª ed.  São Paulo: Atheneu, 2000. 957p.
MATTHAY MA. Síndrome da angústia respiratória do adulto: Definição e prognóstico. Clín Doenças Pulm 4557-562, 1990.
MURRAY JF et al. An expanded definition of the adult respiratory distress syndrome. Am Rev Respir Dis 138: 720-723, 1988.
FOWLER AA ey al. Adult respiratory distress syndrome: Risk with common predispositions. Ann Intern Med 98: 593-597, 1983.
BERNARD GR et al. Report of the American-European consensus conference on ARDS: definitions, mechanisms, relevant outcomes and clinical trial coordination. Intens CareMed 20: 225-232, 1994

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Salto Alto e a Panturrilha - Uma relação complicada.


Pesquisadores britânicos afirmam ter descoberto por que as mulheres que têm o hábito de usar salto alto podem achar doloroso caminhar sem salto, segundo uma reportagem do site da "BBC News". O estudo foi publicado The Journal of Experimental Biology.
O professor que liderou o estudo, Marco Narici, da Manchester Metropolitan University, disse que na década de 1950, secretárias que usavam salto alto reclamavam que era difícil andar com os pés no chão quando tiravam seus sapatos.
Mas ninguém notou o que estava realmente acontecendo no músculo.
De um grupo de 80 mulheres, a equipe selecionou 11 voluntárias que haviam usado regularmente saltos de 5 cm por dois anos ou mais, e que se sentiam desconfortáveis ao andar descalças.
A ressonância magnética mostrou que não houve diferença no tamanho dos músculos da panturrilha entre as mulheres que usavam salto e as que não usavam.
Mas uma ultrassonografia revelou que as fibras musculares eram realmente menores naquelas que usavam salto.
Na parte final do estudo, os pesquisadores descobriram que os tendões das usuárias de salto alto "eram muito mais grossos e rígidos".
"Isso causa desconforto ao andar sem salto, porque o tendão não pode esticar o suficiente", disse Narici.
No entanto, ele não acha que as mulheres devem desistir do salto alto.
"A moda é destinada a ser desconfortável e nenhuma das mulheres do estudo planeja abandonar o salto", disse o professor.
"Queremos dar conselhos práticos e eu recomendaria apenas fazer exercícios de alongamento para neutralizar algumas dessas mudanças."
Uma dica útil para usuárias de salto alto é ficar na ponta dos pés sobre um degrau e, usando um corrimão para equilíbrio, abaixar o salto o máximo que puder antes de elevá-lo novamente, ensinou Narici.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Síndrome do Túnel do Carpo

O que é Túnel do Carpo?
É uma passagem anatômica, localizada na porção anterior do punho, formada profundamente por um arco de ossos e superficialmente por um forte ligamento, chamado de Ligamento Transverso do Carpo. Dentro deste túnel se localizam os tendões flexores para os dedos (total de 9) e o nervo mediano. Esse nervo é responsável pela sensibilidade do polegar, indicador, dedo médio e a metade externa do dedo anular. O nervo Mediano localiza-se logo abaixo do Ligamento Transverso do Carpo, e, por ser a estrutura mais delicada no interior desse túnel, pode causar sensação de dor e dormência nas mãos ao ser comprimido.

O que é Síndrome do Túnel do Carpo?
É o conjunto de sinais e sintomas (dor, dormência, formigamento, falta de força) causados pela compressão do Nervo Mediano no punho.

Quais são as principais causas da Síndrome do Túnel do Carpo?
Não existe um fator único causador da Síndrome do Túnel do Carpo (STC), mas sim algumas situações que, em conjunto ou individualmente, podem promover o aparecimento da síndrome. Basicamente dividimos estas situações em fatores que aumentam o volume das estruturas no interior do túnel ou que diminuem o tamanho do túnel. A STC ocorre principalmente em mulheres após a menopausa, pois alterações hormonais causam um aumento da quantidade de líquido no corpo, levando a um inchaço dos tendões no interior do túnel. Também nessa fase, há uma alteração na estrutura óssea que forma o assoalho do túnel, provocando um uma diminuição do espaço no interior do mesmo. É mais comum na mão direita, mesmo em pacientes canhotos, porém freqüentemente atinge os dois lados. A doença pode também ser causada por patologias como artrite reumatóide, diabetes, fratura do punho mal-consolidada, hipotireoidismo, tumores no interior do túnel e condições fisiológicas, como a gravidez. O uso abusivo do punho e mão em atividades que requeiram força pode aumentar os sintomas da STC, porém não está provado que possa causá-los.

Quais são os principais sintomas?
A principal manifestação de STC é a dor e dormência que ocorrem nos dedos inervados pelo Nervo Mediano (Polegar, Indicador, Médio e metade do Anular). Esses sintomas pioram durante a noite e ao despertar pela manhã. O alívio parcial pode ser obtido sacudindo as mãos ou abaixando-as. Durante a crise, a dor pode se irradiar para o antebraço, cotovelo, podendo ir até os ombros. A falta de sensibilidade nos dedos pode causar fraqueza, fazendo com que o paciente freqüentemente deixe cair objetos e tenha dificuldade de diferenciar se algo é frio ou quente. Na base do polegar, existe a Musculatura Tenar, que também é inervada pelo Nervo Mediano. Num estágio avançado, ocorre a atrofia desses músculos, causando a inabilidade do paciente mobilizar o polegar contra os outros dedos da mão.

Como é feito o diagnóstico definitivo?
O diagnóstico é feito pelo exame do médico, através das queixas apresentadas pelo paciente e também por testes realizados. O paciente pode apresentar diferentes níveis de gravidade. Como existem tratamentos diferenciados para cada fase da doença, é imprescindível saber em qual o estágio que o paciente se encontra. Para determinar a gravidade, o principal exame realizado é a eletroneuromiografia. Esse exame é feito em laboratório, geralmente por médicos neurologistas ou fisiatras. Nele, eletrodos são colocados ao longo do membro superior com o objetivo de medir a velocidade de condução elétrica do nervo. Quanto mais apertado ele estiver, menor será a velocidade.

A Síndrome do Túnel do Carpo pode ser tratada sem cirurgia?
O tratamento na fase inicial da doença é sem cirurgia, chamado tratamento conservador. Isso ocorre quando o paciente apresenta dor moderada, apenas em determinadas atividades, como dirigir ou falar telefone, não tendo perda da sensibilidade nas pontas dos dedos ou atrofia muscular. O tratamento conservador é realizado com o uso de talas removíveis pré-moldadas que mantém o punho em leve extensão, além do uso de medicamentos antiinflamatórios. Esses podem ser em comprimidos ou, dependendo do estágio da doença, com infiltração local do medicamento dentro do túnel. Em pacientes gestantes, o tratamento sem cirurgia deve ser realizado o máximo de tempo possível, isso porque os sintomas geralmente se resolvem espontaneamente após o parto. Para elas, é indicado o uso de talas, porém não se deve administrar antiinflamatórios. Em último caso, quando a paciente não consegue mais dormir ou realizar atividades durante o dia, é indicada a cirurgia com anestesia local.

Quando é realizado o tratamento cirúrgico?
Em pacientes nos quais os sintomas já ocorrem durante o dia inteiro, quando há fraqueza muscular ou quando o tratamento com medicamentos não apresentou melhora, é indicado o tratamento cirúrgico. Os pacientes idosos têm uma indicação maior de tratamento cirúrgico que os jovens. Para eles, apenas uma leve atrofia da Musculatura Tenar é uma forte indicação para tratamento cirúrgico. Isso ocorre porque pacientes idosos têm uma pobre recuperação da força após a atrofia já estar estabelecida.


Como é realizada a cirurgia?
O procedimento é feito sob anestesia regional, ou seja, só no punho. Antigamente, acreditava-se que era necessária uma incisão ampla para poder se liberar todo o nervo, o que gerava uma recuperação lenta e dolorosa. Atualmente, as técnicas cirúrgicas são com incisões menores, sendo mais comumente realizados dois tipos de procedimentos. Em um, o que se faz é uma incisão de mais o menos 3 centímetros na palma da mão, acompanhando a prega longitudinal da mesma. Com o uso de um instrumento especial, chamado retinaculótomo, consegue-se, uma liberação completa de todo o nervo mediano até a porção final do antebraço. Após é realizada a sutura com 3 ou 4 pontos. No outro procedimento, chamado de endoscópico, o nervo é liberado através de uma incisão de mais ou menos 1 centímetro na prega de flexão do punho. Através dessa incisão, é inserida uma câmara de vídeo que é acoplada a uma lâmina especial. Essa lâmina abre completamente o Ligamento Carpal Transverso e descomprime o Nervo Mediano. Após, efetua-se o fechamento com 1 ponto de sutura. A grande vantagem da utilização de incisões menores na pele é a incidência de menos dor nos primeiros dias de pós-operatório. Sabe-se que a longo prazo, ou seja, após um ano, todos os pacientes terão a mesma evolução, independente da técnica escolhida. Porém, os pacientes operados por técnica endoscópica apresentam menos dor e um retorno ao trabalho e as suas atividades normais mais rápido. Não é necessário o uso de talas ou gesso no pós operatório. Apenas é aplicado um curativo simples com atadura que imobiliza somente o punho, deixando os dedos livres para o uso. A mão deve ser mantida para cima nos primeiros dias após a cirurgia para diminuir o inchaço. A melhora do desconforto da mão é imediata. Na própria noite após a cirurgia, o paciente já sente o alívio e consegue dormir sem despertar com dormência. Nos primeiros 2 ou 3 dias o que se observa é uma troca da dor e dormência das mãos pelo desconforto da incisão, porém esse é facilmente controlado com o uso de analgésicos fracos.

Como é a evolução após a cirurgia?
É realizado o primeiro curativo entre 5 e 7 dias após a cirurgia, trocando a imobilização por uma menor. Neste período, o paciente é estimulado a movimentar os dedos para facilitar a reabilitação e diminuir o inchaço no local da cirurgia. Após, o paciente é liberado para realizar a maioria das atividades diárias, como se vestir e utilizar talheres. Ele não poderá fazer força, como carregar sacola ou mala, por um período de 1 mês. Geralmente não é necessária a realização de fisioterapia, pois a recuperação é rápida, não havendo rigidez. Após 30 dias, o paciente é liberado para realizar todas as suas atividades normais, podendo, inclusive, fazer atividade física. Raramente se observa uma dor residual no punho chamada de “Pillar Pain”. Isso, pode ocorrer por no máximo 5 ou 6 meses após a cirurgia e é causado pelo realinhamento dos ossos no assoalho do punho após a liberação do Ligamento Carpal Transverso. Essa dor apresenta uma resolução espontânea, sem ser necessário um tratamento específico. A falta de sensibilidade da ponta dos dedos pode demorar até 4 meses para voltar ao normal, principalmente se a cirurgia é realizada em pacientes com longa evolução da doença. Porém, essa falta de sensibilidade raramente é notada pelo paciente no período pós-operatório, já que a dor, que era o sintoma que mais lhe trazia desconforto, desaparece imediatamente após o procedimento.

Pode ser realizada a cirurgia nas duas mãos ao mesmo tempo?
Não, pois o paciente precisará de um repouso relativo na mão operada num período inicial, principalmente, sem poder molhar o local da cirurgia. Se o procedimento for realizado nos dois lados, o paciente terá dificuldade em realizar suas atividades, ficando dependente de outros. O que se indica é realizar a cirurgia no lado que tenha a pior dor e, pelo menos 30 dias após, fazê-la do outro lado.

sábado, 1 de setembro de 2012

Megapost sobre YOGA




Yoga: mais saúde e longevidade


"Prática milenar, surgida na Índia, o Yoga vem ganhando mais e mais adeptos em tudo o mundo, através de suas diferentes correntes e linhas. Há autores e praticantes que o consideram como uma filosofia capaz de substituir a medicina - idéia frontalmente combatida pelos cientistas. Neste artigo estão descritas algumas dessas teorias, assim como alguns contrapontos, como por exemplo, da Psicologia."

O Que é Yoga

O Yoga é um sistema místico-filosófico indiano milenar, sistematizado por Patanjali, sábio indiano, em sua obra clássica Yoga Sutras, composta por 185 aforismos.
A palavra yoga deriva da raiz sânscrita "yuj" que significa unir, atar, juntar. O ser humano, em sua ignorância, acredita ter uma existência separada do Ser Supremo. O Yoga ensina os meios pelos quais o homem alcança finalmente a compreensão de que sempre esteve unido ao Ser Supremo, conquistando, assim, a sua liberação. O Yoga é uma prática milenar que surgiu na Índia milhares de anos atrás.
Baseada nas palavras de Patanjali, "Yoga é a anulação das ondas mentais, ou a anulação das formações mentais ou ainda é impedir que a mente tome várias formas". Colocando-se em outros termos, o objetivo é perceber a verdade interior, ao se tranqüilizar a mente.
Para que se atinja a liberação proposta, o sábio propôs alguns meios: Yama, ou Mandamentos da moral universal; a autopurificação pela disciplina; as posturas psicofísicas; o controle da Energia ou força universal; o controle da respiração; o desligar os sentidos dos seus objetos; a concentração; a meditação.
Existem diversas linhas de Yoga. O praticante pode optar, de acordo com a sua identidade, por uma das diferentes formas do Yoga, como Raja Yoga (meditação), Bhakti Yoga (devoção), Karma Yoga (ação), Jnana Yoga (conhecimento), todas visando a integração do ser humano com o ser espiritual.
No Ocidente, um dos estilos mais populares é o Hatha Yoga, o Yoga físico. Este sistema é baseado na prática de Asanas (posturas) e Pranayama (controle da respiração) e representa uma das mais antigas formas de exercício do mundo. Já o Power Yoga é um estilo de Hatha Yoga.
Há diversos caminhos para a união de acordo com a personalidade de cada um, há vários caminhos, mas o fim é sempre o mesmo: compreender e viver a união (Yoga). Alguns dos caminhos são: o trabalho e o serviço desinteressado; a devoção a um Deus; o conhecimento verdadeiro; o controle da mente.

O Yoga Hoje

De acordo com praticantes, o interesse por atividades de integração corpo e mente está crescendo cada vez mais hoje em dia. Os desafios da vida moderna, sejam no plano físico, mental ou emocional, pessoal ou profissional, acabaram criando um interesse especial por práticas de exercícios e terapia. Para eles, dentre tantas atividades, a prática milenar do Yoga vem ganhando seu espaço. Só nos Estados Unidos são doze milhões de praticantes.
Inicialmente, a Yoga foi vista com uma atividade de pequenos grupos, como os hippies. Entretanto, muitos empresários, intelectuais, artistas e atletas profissionais estão praticando Yoga atualmente.

Power Yoga: Uma Derivação Brasileira

Desenvolvido por Marco Schultz (professor americano, radicado no Brasil, formado em Educação Física e Ciência do Esporte pela Universidade de São Diego), o Power Yoga vem ganhando um número cada vez maior de adeptos em todo o Brasil. Trata-se de uma prática que exercita o corpo inteiro.
De acordo com o professor Schultz, o fato de existirem muitos atletas e pessoas voltadas a atividades físicas praticando Power Yoga não significa que a atividade se limite a eles. O trabalho é exigente, requer esforço físico e presença mental, mas tudo dentro de uma proposta em que cada um, independentemente da força e flexibilidade, coordenação e equilíbrio, respeite a capacidade e o limite do próprio corpo. Cada pessoa no seu tempo, cada um com seu processo.
O Power Yoga sugere que se tenha uma dieta alimentar consciente, equilibrada e que alimente verdadeiramente. Esclarece que não existe a dieta perfeita, e sim o que o organismo precisa para viver bem nutrido. "Acreditamos que é fundamental desenvolver uma intimidade com o corpo para saber o que de fato é alimento. Com certeza, quanto mais natural, integral e orgânica for sua alimentação, melhor".

Os Riscos da "Ocidentalização"

De acordo com Pedro Kupfer, autor de livros sobre Yoga (História do Yoga e Yoga Prático, por exemplo) e estudioso do assunto, as tradições do Yoga mudam de geração para geração. Para ele, a mudança quase nunca significa melhoria. "É virtualmente impossível manter a tradição intacta, porque o Yoga não é uma múmia: é algo vivo, dialético, mutante e que interage com o tempo e as pessoas", diz o também articulista de um site de yoga na Internet, chamado Portal de Yoga.
Não há contra-indicações para a prática do Yoga. Embora algumas posturas comumente vistas em fotos e ilustrações pareçam, ao leigo, impraticáveis, o iniciante do Yoga deve começar gradualmente: "se for muito difícil ficar sentado no solo, é preferível que você pratique no início sentado numa cadeira ou poltrona de encosto reto. O que importa é a disposição interior e o entusiasmo", explica Kupfer.
De acordo com Kupfer, em um de seus artigos, "Cuidados Preliminares para Praticar", publicado no Portal do Yoga, vinte minutos é um tempo razoável para quem está começando a praticar o Yoga. "Gradativamente, na medida em que os primeiros resultados forem se manifestando, você irá aumentar de forma natural e progressiva esse tempo até uma hora por sessão", orienta.
Ele adverte que, embora algumas pessoas pensem que o progresso no Yoga dependa de práticas de austeridade ou mortificação, de ficar sofrendo ou atormentando-se com exercícios extenuantes, "há formas e formas de se fazer tapas (calor, auto-superação, esforço sobre si próprio). A prática de tapas deve estar em função do temperamento e do caráter da pessoa. A austeridade que vale para um camelo, que fica dias a fio sem beber água, pode não ser boa para o homem. O segredo é fazer tapas com inteligência", exemplifica, contando que, como dizia um mestre do yoga, "cara feia não é sinal de espiritualidade, e sim de dispepsia".
Para Kupfer, a auto-superação significa "disciplina na prática, cultivo das virtudes mais elevadas e muita consciência em todas as atitudes e decisões do dia a dia". Ele adverte sobre a importância de se evitar os exageros e praticar hábitos que garantam qualidade de vida, como "manter o pensamento positivo, a alimentação correta, os exercícios para manter o corpo em forma e dedicar alguns momentos à natureza e a atividades que nos outorguem satisfação e nos realizem como seres humanos", ensina.
Ele também indica que convém eliminar o uso de álcool, drogas ou tabaco, mesmo que socialmente. O vegetarianismo também é indicado aos que pretendem levar o Yoga a sério. Kupfer explica que a razão desta opção por uma alimentação equilibrada e frugal, evitando os excessos, "é que assim se consegue fazer muito mais facilmente todos os exercícios e a evolução é mais rápida".
Do ponto de vista da promoção da saúde e da prevenção de doenças, Kupfer conta que "todas as posições de meditação disciplinam a atividade psíquica, tonificam os órgãos da região pélvica e ativam a circulação sangüínea nesta área". O estudioso conclui que mesmo que o praticante que está iniciando o yoga não consiga permanecer nas posições indicadas confortavelmente, não significa que a meditação não lhe esteja indicada, bastando que comece devagar e bem orientado por um bom mestre, que leve em consideração as particularidades de cada um.

Ayurveda: A Mãe da Medicina

De acordo com a professora Camila Reitz, o ayurveda, sistema de medicina baseado no conhecimento védico, do qual o yoga faz parte, trata cada indivíduo como um ser único. "Ayurveda vem de duas palavras em sânscrito: ayus significa vida; veda significa sabedoria ou ciência, esta é uma ciência baseada na observação dos seres humanos e suas atuais relações com o meio ambiente. É denominada a mãe de todas as medicinas, pois influenciou a medicina chinesa, tibetana, grega e também a da cultura árabe".
O ayurveda trabalha com seres humanos que aspiram a ter longevidade, abundância e felicidade. Para Reitz: "O objetivo é conquistar saúde e longevidade para o indivíduo; prevenir estados de desequilíbrio mental e físico; equilibrar o corpo e a mente; atingir a libertação".
Segundo a professora, para conseguir liberação é necessário equilibrar o corpo e a mente e manter a saúde perfeita. Esta pode se adquirir através de condutas diárias regulares, de dietas relacionadas as estações do ano, de purificações do corpo e das emoções. Estar constantemente saudável é comparável com estar em liberação, pois assim você deixa de sofrer, esclarece.
Compreendido por esse ângulo, o Ayurveda trata não somente de fatores físicos, mas também de fatores psicológicos, importantes para a manutenção do equilíbrio e da saúde. Para eles, pode-se dizer que as doenças são apenas uma 'descoordenação' entre o corpo e a mente. De acordo com seus princípios, a liberação da mente é importante, ou seja, o momento em que todos os desejos acabam. Para a professora, os desejos nos distanciam de uma vida equilibrada, pois fazem com que percamos os limites de medida, causando desequilíbrio da mente.
Para Camila Reitz, a grande diferença entre a medicina tradicional e o ayurveda é que esta trata cada indivíduo como sendo único, pois cada um tem o seu biótipo. "Enquanto a medicina tradicional trata de curar a doença, ou seja, matar o vírus, ou retirar estranhos tumores que aparecem não se sabe de onde, a ciência da vida trata de manter o equilíbrio dos elementos que constituem o Universo e o indivíduo, para que não haja doença", esclarece Camila.

Contraponto: O Risco é Substituir a Medicina pela Filosofia

Não se deve confundir a prática de um exercício com o conhecimento científico. É bastante perigoso pensar em se tratar algumas doenças apenas com técnicas de relaxamento, respiratórias, de exercícios e com a qualidade da alimentação. Há situações, como, por exemplo, casos de câncer e de portadores do HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana, causador da AIDS), em que é fundamental a aplicação dos conhecimentos da medicina tradicional. Ainda que as técnicas do yoga e seu estilo de vida possam contribuir para a melhora do quadro geral do paciente, pondera, a medicina é essencial para que se combata os vírus e bactérias, assim como os tumores, citando apenas alguns dos agentes das patologias atuais.
Deduz-se daí que, contando com a medicina tradicional, o praticante de yoga tenda a ter mais forças para superar sua doença - assim como qualquer médico também indicará aos seus pacientes, seja de câncer ou de AIDS, que tenham uma vida saudável, pratiquem exercícios, não fumem, não bebam e mantenham uma alimentação adequada e nutritiva. O risco é que se pretenda substituir a medicina pela filosofia, em vez de aliá-las no esforço pela manutenção da saúde.

Fonte: Bibliomed


Abaixo, vou colocar links para livros que acho interessantes sobre o tema:


- Yoga in Daily Life

- Tibetan Dream Yoga Study Guide
- Tought Power
- The Yoga System
- The Hindu-Yogi Science of Breath
- Pranayama
- Pratical Lessons in Yoga
- Mudras
- Lessons in Yoga Exercices
- Kundalini Yoga - Physical Wisdom
- Kundalini Yoga - Free Online Training
- Kundalini Yoga
- Kundalini - The Secret of Yoga
- Guide to Advanced Yoga Techniques
- Essence of Yoga
- Easy Steps to Yoga
- Illustrated Yoga
- Deeprak Chopra - 7 Spiritual Laws of Yoga
- Ashtanga Yoga
 
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